5 de fev. de 2013

Orelha estourada ou hematoma auricular.



Esse tipo de hematoma é comumente visto em atletas que praticam esportes de contato, podendo ser artes marciais ou até mesmo esportes coletivos (jiu-jitsu, wrestling, rugby, boxe, luta livre…) e pessoas que se auto flagelam.

Esse hematoma é formado a partir de um trauma direto sofrido na orelha, onde há o acumulo de sangue entre o pericôndrio e a cartilagem. Essas pancadas na orelha podem acontecer de diversas formas, como o contato entre os lutadores, contato entre a orelha e o tatame, autoflagelamento (uso de alicates, chave inglesa… para “quebrar” a orelha, esfregamento de algum tipo de tecido grosso para machucá-la e demais artifícios que só o ser humano consegue inventar).


Logo que se forma o hematoma auricular, faz-se necessário a drenagem do líquido subpericondral, pois a não remoção acarretará em uma reação fibrosa severa (formação de “nova” cartilagem) de caráter permanente, transformando-se em uma deformidade no pavilhão auricular conhecida como “orelha de repolho”.

Os praticantes de esporte de contato tentam diminuir a incidência desses hematomas utilizando protetores de orelha bastante macios. Esse protetores não possuem 100% de eficiência, porém diminui consideravelmente o atrito da orelha com os tatames, atletas, socos… Mas a maioria dos lutadores encaram essa tal “orelha de repolho” como trófeu, medalha de honra e utilizam isso como forma de intimidar outras pessoas.

Ao deparar-se com pessoas que possuem uma orelha desta forma, não pensem que eles detém o alto conhecimento de determinada arte marcial ou experiência em algum esporte, haja vista que esses hematomas não levam anos ou séculos para aparecer, podem ocorrer de uma hora para outra, vai depender de como você estará “usando” sua orelha.

O tratamento a ser realizado é a o sucção com uma agulha de aspiração ou incisão e drenagem do líquido subpericondral. Após a drenagem, aproximam-se os retalhos sem suturá-los e coloca-se um curativo compressivo. Associa-se antibioticoterapia de amplo espectro visando a cobertura de bactérias de pele como S. aureus e S. epidermidis

Mesmo sendo considerado uma intervenção simples não realize o procedimento em casa por conta própria.


Fonte: Andréa Felice dos Santos R1 ORL – HCFMUSP – Seminário 2005; http://www.fauquierent.net e experiência na área.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...